O Mercado

Oportunidades de negócios em tempos de crise econômica

Os brasileiros devem se preparar para tempos difíceis. Ainda que a grande maioria da população não tenha a exata noção de como a crise brasileira afetará sua vida, há uma certeza: coisa boa não é. A sabedoria popular não falha. Nos próximos meses, o país vai se deparar com um quadro caótico, que misturá desemprego com inflação alta, juros extorsivos, crédito escasso e inadimplência. A desarumação será tamanha, que a economia registrará pelo menos dois anos seguidos de retração, fato que não se vê desde a Grande Depressão, no início dos anos de 1930.

“Há oportunidades neste momento para quem quer empreender e  investir”

Corte de R$ 26 bilhões no orçamento da União mostram a dimensão da crise, um cenário nada animador para quem quer investir. Mas, há setores da economia que navegam contra a corrente do pessimismo, indicando que há oportunidades para quem quer empreender e investir.

Dois segmentos sobressaem e driblam a crise, mesmo com o PIB em baixa, os setores de cosmética, perfumaria, bem estar e alimentação representado pelos food trucks.

A explicação para o crescimento desses setores começa lá atrás, em 2009, quando a economia do país começou a mudar e o poder de compra das classes “D” e “E” também com a incorporação de novos hábitos de consumo das famílias dessa faixa.

O setor de food trucks,  exige um pouco mais de investimento inicial por ser  mais sofisticado e atrai um público consumidor exigente e ávido por novidades. A figura principal desse cenário é o microempreendedor individual (MEI).

Já no setor de cosmética, perfumaria e bem estar , a pujança dos números nacionais é autoexplicativa para o que acontece. De acordo com Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), a  indústria nacional da beleza está no mercado cada vez mais sólida e tem rentabilidade para para investir em novidades. Apresentou um crescimento médio deflacionado composto próximo de 10% ao ano nos últimos 19 anos.

O setor passou de um faturamento “Ex-Factory” (líquido de imposto sobre vendas) de R$ 4,9 bilhões em 1996 para R$ 43,2 bilhões em 2014.

A variação nacional de evolução de 2014 para 2015 foi de 16,7%. Uma mostra disso é que o segmento de produtos para uso pessoal estão em crescimento nos bairros onde vivem as classes C, D e E com tendência de crescimento na área.

Perfuraria e cosméticos estão atrás do setor de vestuário, mas quem trabalha com vestuário começa a demitir por causa da crise ao contrário de quem está no segmento de beleza.

“Há uma demanda e o crescimento do setor deve permanecer em 2016. Estamos vivendo o momento mais agudo da crise e a tendência é que no próximo ano, a situação se estabilize”.

O aumento do dólar também é vantajoso para a indústria cosmética e de perfumaria nacional porque o prestador de serviços e o consumidor vão deixar de comprar produtos importados. No Brasil a indústria é representada por quem produz produtos de beleza e higiene pessoal, shampoos, sabonetes, cremes e perfumes.

Não foi apenas do acesso das classes “D” e “E” ao consumo que favoreceu o crescimento do setor. Também os  novos integrantes da classe “C” passaram a consumir produtos com maior valor agregado e a mulher  brasileira entrou com maior participação no mercado de trabalho.

A tecnologia de ponta provocou aumento de produtividade e favoreceu a prática de preços mais acessíveis.

Conclusões:

1 – A quantidade de pessoas desempregadas será grande durante o período em que a crise perdurar –> mais pessoas buscando meios alternativos para ganhar dinheiro.

2 – Existe uma oferta significativa de pessoas que querem empreender,  mas tem pouca capacidade de investimento –> oportunidade para negócios que exigem pouco investimento inicial, baixa manutenção e retorno rápido.

3 – O faturamento está “garantido” para aqueles negócios que envolvem bens de consumo e que atendem diretamente as classes “C” e “D” –> o negócio ideal será aquele que envolve a maior parte da população do país e oferece a possibilidade de ganhos em escala.

Veja a opinião de um dos maiores palestrantes do Brasil a respeito deste cenário: